sábado, 16 de outubro de 2010

"MAMONAS ASSASSINAS"


Em 1989 os irmãos Samuel e Sérgio Reoli, junto com Júlio Rasec e Bento Hinoto, formaram uma banda de rock chamada Utopia,
especializada em covers de grupos como Legião Urbana e Rush. Em um show, o público pediu para tocarem Sweet Child o’Mine dos Guns N’ Roses, e como não sabiam a letra, pediram a um espectador para ajudá-los. Dinho voluntariou-se para cantar, e com sua
performance escrachada fez o público rir, sendo aceito no grupo.
O Utopia passou a apresentar-se na periferia de São Paulo e lançou um disco que vendeu menos de 100 cópias. Aos poucos, os
integrantes começaram a perceber que as palhaçadas e músicas de paródia eram mais bem recebidas pelo público do que os covers
e as músicas sérias. Decidiram, então, mudar o perfil da banda, a começar pelo nome, escolhido por ser o mais engraçado, e que
cita mamona como sinônimo de seio (tanto que o grupo criou a tradução para inglês “The Big Killer Breasts”, peitões assassinos).
Mandaram uma fita demo com as músicas “Pelados em Santos” e “Robocop Gay” para diversas gravadoras, e Rafael, filho do diretor
artístico da EMI, João Augusto Soares e baterista da banda Baba Cósmica, insistiu na contratação. Após assistir uma apresentação do grupo em 28 de Abril de 1995, João Augusto resolveu assinar contrato com os Mamonas.

Após gravar um disco produzido por Rick Bonadio (apelidado pela banda de Creuzebek), os Mamonas saíram em imensa turnê, apresentando-se em programas como Jô Soares Onze e Meia e tocando mais de cinco vezes por semana, com apresentações em
25 dos 27 estados brasileiros e ocasionais dois shows por dia. O cachê dos Mamonas tornou-se um dos mais caros do país, R$50
mil, e a EMI faturou cerca de R$80 milhões com a banda.

Os Mamonas preparavam uma carreira internacional, com partida para Portugal preparada para 3 de Março de 1996. Porém em 2 de Março, enquanto voltavam de um show em Brasília, o Learjet em que viajavam chocou-se contra a Serra da Cantareira,
numa tentativa de arremetida, matando todos que estavam no avião.
O enterro no dia 4 de Março fora acompanhado por mais de 65 mil fãs.
Fora anunciado um filme da história da banda, baseado em Blá, Blá, Blá -
A Biografia Autorizada dos Mamonas Assassinas de Eduardo Bueno,
e a ser dirigido por Maurício Eça.

MEMBROS
* Dinho (Alecsander Alves) - nascido em 5 de março de 1971 em Irecê, Bahia.
* Samuel Reoli (Samuel Reis de Oliveira) - nascido em 11 de março de 1973 em Guarulhos, São Paulo.
* Júlio Rasec (Júlio César Barbosa) - nascido em 4 de janeiro de 1968 em Guarulhos, São Paulo.
* Sérgio Reoli (Sérgio Reis de Oliveira) - nascido em 30 de setembro de 1969 em Guarulhos, São Paulo.
* Bento Hinoto (Alberto Hinoto) - nascido em 7 de agosto de 1970 em Itaquaquecetuba, São Paulo.

O ACIDENTE

A aeronave havia sido fretada com a finalidade de efetuar o transporte do grupo musical. No dia 01/03/96, transportou esse grupo de Caxias do Sul para Piracicaba, aonde chegou às 15:45. No dia 02/03/96, com a mesma tripulação e
sete passageiros, decolou de Piracicaba, às 07:10, com destino a Guarulhos,
onde pousou às 07:36. A tripulação permaneceu nas instalações do aeroporto,
onde, às 11:02, apresentou um plano de vôo para Brasília,
estimando a decolagem para as 15:00. Após duas mensagens de atraso,
decolaram às 16:41. O pouso em Brasília ocorreu às 17:52.
A decolagem de Brasília, de regresso a Guarulhos, ocorreu às 21:58.
O vôo, no nível (FL) 410, transcorreu sem anormalidades. Na descida,
cruzando o FL 230, a aeronave de prefixo PT-LSD chamou o Controle São Paulo,
de quem passou a receber vetoração por radar para a aproximação final do procedimento Charlie 2, ILS da pista 09R do Aeroporto de Guarulhos (SBGR).
A aeronave apresentou tendência de deriva à esquerda, o que obrigou o Controle São Paulo (APP-SP) a determinar novas proas para possibilitar a interceptação do localizador (final do procedimento). A interceptação ocorreu no bloqueio
do marcador externo e fora dos parâmetros de uma aproximação estabilizada.
Sem estabilizar na aproximação final, a aeronave prosseguiu até atingir um ponto
desviado lateralmente para a esquerda da pista, com velocidade de 205Kt a 800 pés acima do terreno, quando arremeteu.
A arremetida foi executada em contato com a torre, tendo a aeronave informado que estava em condições visuais e em curva pela esquerda, para interceptar a perna do vento. A torre orientou a aeronave para informar ingressando na perna do vento no setor sul. A aeronave informou “setor norte”.
Na perna do vento, a aeronave confirmou à Torre estar em condições visuais. Após algumas chamadas da Torre, a aeronave respondeu e foi orientada a retornar ao contato com o APP-SP para coordenação do seu tráfego com outros dois tráfegos em
aproximação IFR. O PT-LSD chamou o APP-SP, o qual solicitou informar suas condições no setor. O PT-LSD confirmou estar visual no setor e solicitou “perna base alongando”, sendo então orientado a manter a perna do vento, aguardando a passagem de outra aeronave em aproximação por instrumento. No prolongamento da perna do vento, no setor Norte, às 23:16, o PT-LSD chocou-se com obstáculos a 3.300 pés,
no ponto de coordenadas 23º25’S 046º35’W. Em conseqüência do impacto,
a aeronave foi destruída e todos
os ocupantes faleceram no local.

NOTA ADICIONAL
Uma operação equivocada do piloto é a versão do Departamento de Aviação Civil (DAC) para explicar o acidente com o jatinho que causou a morte dos cinco integrantes do grupo Mamonas Assassinas na noite de 02/03/1996, em São Paulo. A 10 quilômetros do
Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, o piloto repetia, a pedido da torre de controle, o procedimento de aterrissagem. No entanto, em vez de fazer uma curva para a direita, virou o avião Lear Jet 25, prefixo PT-LSD, para a esquerda,
chocando-se com a Serra da Cantareira. Além dos componentes da banda, Dinho, que completaria 25 anos dali a dois dias, os irmãos Samuel e Sérgio, Júlio e
Bento, também morreram no acidente o piloto, o co-piloto e dois assistentes dos artistas. Numa carreira fulminante de apenas oito meses, período em que vendeu quase 1,8 milhão de cópias de um único disco com músicas irreverentes e debochadas, o grupo, formado por jovens da classe C, ascendente de Guarulhos, conquistou multidões de crianças e adolescentes em todo o país.
A morte trágica de seus cinco integrantes causou comoção nacional. Dias após, houve um minuto de silêncio no Maracanã, antes do jogo entre Flamengo e Botafogo.

DISCOGRAFIA

ALBUNS DE ESTUDIO

* Mamonas Assassinas (1995)

Coletâneas

* Atenção, Creuzebek: A Baixaria Continua (1998) - coletânea de versões alternativas e ao vivo. Possui três músicas inéditas:

“Joelho”, “Onon Onon” e “Desnudos en Cancún”.

ALBUNS AO VIVO

* Mamonas ao Vivo (2006) - lançado para lembrar os 10 anos da morte.
Inclui “Não Peide Aqui, Baby” (paródia de “Twist and Shout”
dos Beatles). e uma versão do tema da Pantera Cor-de-Rosa.

VIDEOGRAFIA

* MTV Na Estrada (2004) - DVD lançado pela MTV Brasil.

LEGADO

Após a morte dos Mamonas, diversas bandas cover surgiram, dentre as mais famosas Sonrisal (que foi para o Covernation da MTV Brasil e teve o nome escolhido por Dinho), Elos Perdidos e Cekap. Os Titãs gravaram “Pelados em Santos”
no álbum de covers As Dez Mais (2000), e dedicaram seu Acústico MTV aos Mamonas.

NA CULTURA POPULAR

* A Turma da Mônica fez a história “Mamonamania” pouco antes do acidente.
Em outra história, Mônica conhece o grupo Azeitonas Assassinas,
que toca uma versão de “Pelados em Santos”:”Mina…seu jumento é da hora…mas
como ele demooora…”
* Em uma história, o Professor Pardal tenta espantar um bando de gatos tocando “Babonas Rebeldes”.
* Em um jogo do Rockgol de Praia, foi citada “Mundo Animal”:
Paulo Bonfá - Acabei de ser informado que o churrasco que serviram era o Tatoo, da Ilha da Fantasia.
Marco Bianchi - Isso me lembra, como diriam os Mamonas Assassinas, “Comer tatu é bom”, mas acho que não era disso que falavam.
* Os Mamonas voltam do além em um episódio da Mega Liga MTV de VJs Paladinos para impedir o vilão Roberto Leal.
* O popular Charges.com.br fez diversas “charge-okê” com músicas dos Mamonas. “Pelados em Santos” cantada por fãs de Guga,
“Robocop Gay” cantada por Joana Prado, “Vira-vira” cantada por portugueses 2 vezes: uma parodiando os reality shows, e outra zombando o Rock in Rio em Lisboa; e “Lá Vem o Alemão” cantada por Elias Maluco.

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